quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Candomblé em Portugal: A Origem do Nome Candomblé




Originalmente, em África, Candomblé como religião, não existia.. O que existia lá era o chamado de culto à Orisá, ou seja, cada região africana cultuava um Orisá e só iniciava Elegun ou pessoa daquele Orisá; portanto, a palavra Candomblé foi uma forma de denominar as reuniões feitas pelos escravos, para cultuar os seus Deuses ou Santos no Brasil, porque também era comum chamar de Candomblé a todas as festas ou reuniões de negros . Por este motivo, antigos Babalorisás e Iyalorisás evitavam chamar o "culto dos Orisás" de Candomblé. Eles não queriam com isso serem confundidos com estas festas. Mas, com o passar do tempo à palavra Candomblé foi aceite e passou a definir um conjunto de cultos vindo de diversas regiões africanas.
A palavra Candomblé possui dois significados entre os pesquisadores: Candomblé seria uma modificação fonética de Candonbé, um tipo de atabaque usado pelos negros de Angola; ou ainda, derivaria de Candonbidé, que significa acto de louvar, pedir por alguém ou por alguma coisa.

NAÇÕES: Como forma complementar de culto, a palavra Candomblé passou a definir o modelo de cada tribo ou região africana: Candomblé da Nação Ketu, Candomblé da Nação Jeje, Candomblé da Nação Angola. A palavra Nação aparece, não para definir uma nação política, pois Nação Jeje não existia em termos políticos, mas sim um conjunto de práticas.. O que é chamado de Nação Jeje é o Candomblé formado pelos povos vindos da região do Dahomé e formado pelos povos Mahin. Os grupos que falavam a língua yorubá entre eles os de Oyó, Abeokuta, Ijesá, Ebá e Benin vieram a constituir uma forma de culto denominada de Candomblé da Nação Ketu. Ketu era uma cidade igual às demais, mas no Brasil passou a designar o culto de Candomblé da Nação Ketu ou Alaketu. Estes yorubás, quando guerrearam com os povos Jejes e perderam a batalha, tornaram-se escravos desses povos, sendo posteriormente vendidos ao Brasil. Quando os yorubás chegaram a esta região sofrida e maltratada, foram chamados pelos Fons de Ànagô, que quer dizer na língua Fon piolhentos, sujos entre outras coisas. A palavra com o tempo se modificou e ficou Nàgó e passou a ser aceite pelos povos Yorubas no Brasil, para definir as suas origens e uma forma de culto. Na verdade, não existe nenhuma nação política denominada Nàgó. No Brasil, a palavra Nàgó passou a denominar os Candomblés também de Xamba da região norte, mais conhecido como Sangô do Nordeste. Os Candomblés da Bahia e do Rio de Janeiro passaram a ser chamados de Nação Ketu com raízes Yorubas. Porém, existem variações de Nações, por exemplo, e Candomblé Ijesá. Ilesá é uma cidade da região próxima a Osobô e ao rio Osun. Ijesá não é uma nação política. Ijesá é o nome dado às pessoas que nascem ou vivem na região de Ilesá, que caracteriza a Nação Ijesá no Brasil e é a posição que consagra Osun como a rainha dessa nação. Da mesma forma como existe uma variação no Ketu, há também no Jeje, como por exemplo, Jeje Mahin. Mahin era uma tribo que existia próximo à cidade de Ketu. Os Candomblés da Nação Angola e Congo foram desenvolvidos no Brasil com a chegada desses africanos vindos de Angola e Congo. A partir de Maria Néném e depois os Candomblés de Mansu Bunduquemqué do falecido Bernardino Bate-folha e Bam Dan Guaíne muitas formas surgiram seguindo tradições de cidades como Casanje, Munjolo, Cabinda, Muxicongo e outras. Nesse estudo sobre Nações de Candomblé, poderia relatar sobre outras formas de Candomblé, como por exemplo, Nàgó-vodun que é uma fusão de costumes yorubás e Jeje, e o Alaketu que não é uma nação específica, mas sim uma Nação yorubá com a origem na mesma região de Ketu, cuja sua história no Brasil soma-se a mais de trezentos e cinquenta anos ao tempo dos ancestrais da casa. A verdade é que o culto Nigeriano de Orisá, chamado de Candomblé no Brasil, foi organizado por mulheres e para mulheres. Antigamente, nas primeiras casas de Candomblé, os homens não entravam na roda de dança para os Orisás. Mesmo os que se tornavam Babalorisás tinham uma conduta diferente quanto à roda de dança. Desta forma, a participação dos homens era puramente circunstancial. Daí, dizer-se que se inserirem no culto vários cargos para homens, como por exemplo, os cargos de Ogans. Hoje a palavra Candomblé no Brasil define o que chamamos Culto Afro-Brasileiro.  

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